Angústia, crise, incerteza, estresse, insegurança, preocupação excessiva, pensamentos negativos em relação ao futuro…
Esses sentimentos, tão presentes na vida de muitos brasileiros, agora encontram eco na escolha da palavra “ansiedade” como a palavra do ano de 2024. Segundo uma pesquisa conduzida pela CAUSE, em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA e a PiniOn, o termo liderou com 22% das menções, refletindo o impacto emocional e social de um mundo em constante transformação.
O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo, com 9,3% da população enfrentando esse desafio diariamente.
E quando a ansiedade deixa de ser apenas um sentimento e toma o corpo? Aperto no peito, falta de ar, tremores, crises de choro, insônia, tensão muscular, palpitações, dor de cabeça, náuseas, dermatites, tonturas, desrealização, alterações no apetite…
Corpo e mente estão intrinsecamente ligados. Aquilo que nos aflige por dentro, cedo ou tarde, encontra um canal de expressão. Como diz a sabedoria popular: “Quando a alma cala, o corpo fala.”
A ansiedade, quando intensa a ponto de causar sofrimento considerável e prejudicar a funcionalidade cotidiana – seja no trabalho, na vida pessoal, social ou familiar – não deve ser ignorada. Nesses casos, é essencial buscar acompanhamento especializado. O tratamento pode incluir medicação, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, abordagens que ajudam a devolver o equilíbrio à mente e ao corpo.
Leandro Machado, cientista político e sócio-fundador da CAUSE, analisa que a escolha da palavra ansiedade reflete “o espírito de uma era de transformações rápidas e, muitas vezes, desorientadoras”. Vivemos tempos de pressões econômicas, avanços tecnológicos acelerados e desafios ambientais, um cenário que intensifica a sensação de sobrecarga emocional e mental.
Cila Schulman, CEO do Instituto de Pesquisa IDEIA, destaca que a ansiedade no Brasil é um fenômeno social: “É um sinal de que os brasileiros anseiam por uma vida com mais previsibilidade e segurança”.
Mais do que uma estatística ou um reflexo de nossa era, a ansiedade é um convite à ação. Seja cuidando de si mesmo, buscando ajuda profissional, ou promovendo ambientes mais saudáveis e humanos, é essencial reconhecer que esse estado emocional pode ser transformado. É possível encontrar equilíbrio em meio à instabilidade, mas é preciso dar o primeiro passo.
Referência:
Maraccini, G. (2024). “Ansiedade” é eleita a palavra do ano no Brasil, segundo pesquisa. CNN Brasil.
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